Muitas vezes não é necessário o uso de várias cores para se obter um desenho interessante e expressivo. Veja o exemplo abaixo, deste desenho tonal que fiz em companhia de minha amiga Teresa Pedroso, em uma viagem que ela me levou ao Soajo, na região do Parque Nacional da Peneda-Gêres, durante minha estada em Portugal.
Foi um passeio fantástico, antes de chegar aqui, paramos em outra cidade que – por sorte – estava em festa: Ponte de Lima. Outro lugar que merece uma visita, como tantos recantos em Portugal.
Estes espigueiros começaram a ser construídos por volta do século XVIII, quando desenvolveu-se o cultivo do milho na região. O mais antigo deles data de 1782. Eles eram utilizados para proteger o milho coletado das intempéries e dos roedores!
Este desenho foi feito com uma caneta Rotring ArtPen, com tinta sépia. A tinta destas canetas é solúvel em água, assim ao terminar o desenho eu pude colocar algumas sombras, simplesmente dissolvendo a tinta. Para isso eu usei um pincel que possui um reservatório de água. Existem agora várias marcas destes “pincéis de água”, o que eu normalmente uso é da marca Sakura.
Estes desenhos tonais, muitas vezes, acabam sendo mais expressivos que outros nos quais se utiliza cor. O grande contraste que se obtém por meio deste método enriquece a imagem, deixando-a mais expressiva. Além do que, na minha opinião, o aspecto antigo destas construções ficou realçado pela tonalidade sépia!
Este tipo de desenho, nos quais nos preocupamos apenas com os valores, sem o agente “complicador” do elemento cor, nos faz ver e entender as luzes e sombras. Este tipo de treino é essencial para a posterior utilização das cores em outros desenhos. Saber ver luz e sombra é condição sine qua non, para a qualidade de uma ilustração a cores.